Em 26 de abril de 1998, foi inaugurada a Igreja de Jesus Eucaristia, com a presença de Chiara Lubich, na Mariápolis Ginetta. Em seu diário ela escreve: "Ontem eu tive um sonho, um sonho de olhos abertos, se entende. Imaginei também aqui uma igrejinha, construída no ponto mais alto [...] como uma flor que desce do céu. Eu a sonhei dedicada a Jesus Eucaristia exposto para uma adoração contínua […] Mas, aqui, os sonhos nunca ficam nos sonhos [...] Gostaria que a igrejinha que eu sonhei fosse como um pequeno palácio para o Rei da Mariápolis. Sim, porque Jesus é Rei. [...] Ele é o rei dos nossos corações, das nossas cidadezinhas, do nosso Movimento, da Igreja e da humanidade." Em seu livro sobre a história da Mariápolis Ginetta, Maria do Socorro, focolarina que conviveu com Ginetta e personagens que fizeram parte da construção da Igreja de Jesus Eucaristia conta: "O projeto e a execução da Igreja materializaram esse “sonho”, numa contínua troca de idéias e soluções à luz de Jesus presente entre todas as pessoas que, de várias maneiras, deram a sua colaboração. O trabalho de projetação foi feito em conjunto pelas três profissionais residentes aqui na Mariápolis, Miriam Reichert, arquiteta, do Rio Grande do Sul, Francisca Norma C. Queiroga, engenheira civil, da Paraíba, e Maria de Fátima Sousa, engenheira eletricista, de Minas Gerais. Além da ajuda e sugestões de muitas pessoas, receberam principalmente de Ginetta que as acompanhou passo a passo durante a projetação e no decorrer de toda a construção. Foi preciso muita oração e reflexão para entender o que seria essa flor que desce do céu. Liam e reliam este diário de Chiara. Imaginavam uma flor com raízes no céu, portanto, o teto seriam as pétalas. A construção foi projetada para 400 pessoas sentadas, com uma porta principal e duas laterais. A sacristia fica atrás do presbitério. Nos ângulos ficam a sala de controle de som e o confessionário. Os três grandes sinos que adornam a Igreja pesam em torno de 600kg, e tocam as notas “si”, “dó” e “mi”. As frases que estão escritas no sino são: “Gostaria que a Igreja com a qual eu sonhei fosse um pequeno palácio para o Rei da Mariápolis”. Esta frase foi extraída do Diário de Chiara de 1991; “És tu, Jesus Abandonado com Maria Desolada, o meu Único Bem” (Cfr. Mensagem de Chiara em 28/12/1995). “Cumulou de bens os famintos...”, do Magnificat (Lc.1,53.) As três grandes “pétalas” que formam o teto, são símbolo da Trindade. O seu interior, que lembra a tenda da Arca da Aliança, tenda de Deus que mora entre os homens, é iluminado por vitrais coloridos, que dirigem o olhar e a alma para Aquele a quem a igreja é dedicada: Jesus Eucaristia. Nenhuma parede toca o teto, de todos os ângulos se entrevê o externo, o céu. Todo o conjunto é permeado pela luz e recolhido no seu centro. Todos os pilares, vigas e paredes se orientam para um único ponto, como se a matéria estivesse em permanente adoração a Deus. O piso se eleva com degraus em direção ao sacrário, e também o teto converge a esse cone central. O sacrário, cilíndrico e dourado, é circundado por um vitral circular de cores incandescentes, evocando a imagem da “sarça ardente”. Uma leve estrutura de madeira, vazada e curvilínea, um baldaquino estilizado, composto de três partes, lembra a “coroa de espinhos” da paixão de Jesus. No interior da Igreja existe uma única imagem: uma escultura em bronze, que representa, de uma forma original, a crucificação de Jesus e ao mesmo tempo o stabat de Maria aos pés da cruz. Intitula-se “O único Bem” (Cf. Sl 16 (15). Experiências fortes aconteceram também com outros profissionais, que colocaram à disposição práticas e competências, num clima de ajuda e respeito mútuo. Houve comunhão até mesmo de “ferramentas” necessárias para a execução da obra como andaimes, guinchos, vibradores, etc. Assistimos a verdadeiros milagres e continuamos a assistir em relação à manutenção e uso da Igreja ao longo dos anos. Muitos foram os que se despojaram de suas próprias economias ou joias preciosas de profundas recordações, os que doaram o próprio tempo em atividades para angariar fundos, moradores da Mariápolis e de outras regiões do Brasil e do Exterior, por exemplo, da América do Norte e da Bélgica, além da Itália. Na tarde do dia 26 de abril de 1998, a Igreja de Jesus Eucaristia foi solenemente inaugurada: um momento inesquecível no qual a atmosfera sagrada se fundia com a alegria profunda e transbordante das mil pessoas presentes. Chiara Lubich estava ali, acompanhada por vários dos seus colaboradores do Centro do Movimento, além de autoridades civis e religiosas, inclusive o então copresidente judeu da Fraternidade Cristão-Judaica de São Paulo, Dr. Carlos Barbouth, o Prefeito de Vargem Grande Paulista na ocasião (Sr. Roque de Morais) e vários vereadores. Após a cerimônia da inauguração, Chiara quis ver todos os detalhes da Igreja e, no decorrer da visita, exclamou: “É um esplendor!”.