Bispo de Itumbiara (GO) e presidente da Comissão Especial para a Proteção da Criança, Adolescentes e Vulneráveis da CNBB, Dom José Aparecido, está entre os participantes do evento
Da Redação, com CNBB
Representantes das 22 Conferências Episcopais da América Latina e do Caribe (Celam) estarão reunidos em Bogotá, capital da Colômbia, até este sábado, 7, para o II Encontro de Responsáveis de Prevenção de Abusos. O evento, que foi iniciado na terça-feira, 3, tem como objetivo fortalecer as ações de prevenção e combate aos abusos na Igreja, promovendo a troca de experiências e o desenvolvimento de políticas e protocolos eficazes na prevenção e enfrentamento de abusos.
Representantes de diversos países participam do evento, incluindo o Brasil. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) enviou o bispo de Itumbiara (GO) e presidente da Comissão Especial para a Proteção da Criança, Adolescentes e Vulneráveis, Dom José Aparecido; e a integrante do Comitê de Política de Proteção Infantil e Adultos Vulneráveis, Osnilda Lima. O Brasil também está sendo representado por membros do escritório brasileiro da Porticus e do Núcleo Lux Mundi.
Estratégias e experiências
A realização do encontro em Bogotá destaca a importância da colaboração entre as conferências episcopais da região para enfrentar esse desafio de forma conjunta e eficaz. A troca de experiências e o desenvolvimento de estratégias conjuntas são fundamentais para garantir que a Igreja seja um espaço seguro e acolhedor para todos, especialmente para crianças, adolescentes e adultos vulneráveis.
De acordo com Dom José Aparecido, este encontro que trabalha a cultura do cuidado e proteção de crianças e adolescentes busca responder a um pedido do Papa. “É um trabalho muito bonito, feito em rede e que permite um maior alcance da cultura do cuidado na América Latina”, ressaltou.
O bispo informou que a Comissão Especial para a Proteção da Criança, Adolescentes e Vulneráveis no Brasil tem procurado dar assistência a toda a Igreja no país. “Nós estamos agora revendo as diretrizes e orientações pastorais feitas em 2019 de acordo com as normas atuais da Igreja. Tendo em conta também as normas da Justiça no Brasil que contribuirá em muito neste trabalho de proteção e cuidado”, relatou. Ele também frisou que este trabalho tem estimulado as Igrejas e dioceses a criarem mecanismos adequados de prevenção, cuidado e proteção.
Osnilda Lima comentou a importância do diálogo e da colaboração entre as conferências episcopais para combater o grave problema dos abusos na Igreja, sejam eles de natureza espiritual, sexual, moral ou psicológica. “É essencial progredirmos na prevenção e na conscientização. Acredito que a direção tomada é irreversível! Tolerância zero, como nos alerta o Papa Francisco”. Ela reforça que é importante lembrar que qualquer forma de abuso é inaceitável e causa graves danos às vítimas. “A Igreja tem o dever de proteger seus membros e pessoas que frequentam seus espaços e garantir um ambiente seguro para todos”, concluiu.
A Igreja e a prevenção de abusos
Durante o evento estão sendo abordados temas de formação para agentes de pastoral, padres, bispos e religiosos para a prevenção e identificação de abusos. Sobre canais de denúncia e escuta, está sendo incentivada a criação e fortalecimento de mecanismos seguros e acessíveis para denúncias e acolhimento das vítimas. No que diz respeito à assistência das vítimas, a ideia é ofertar apoio psicológico, espiritual e jurídico. Quanto à responsabilização dos agressores, o pedido é de aplicação de medidas disciplinares e legais aos responsáveis por abusos. Para a comunicação, há um incentivo na criação de estratégias para abordar o tema de forma transparente e responsável nos meios de comunicação.
O Secretário da Comissão Pontifícia para a Proteção de Menores, Dom Luis Manuel Alí Herrera, apresentou ações e iniciativas, incluindo a criação e implementação de diretrizes, formação e capacitação, criação de centros de escuta, promoção da transparência e da responsabilização, diálogo com as vítimas e cooperação internacional e também a proposta de um marco universal para as diretrizes da Igreja para a proteção de menores e adultos vulneráveis.
Trabalho da Comissão Pontifícia
O bispo também já apresentou as diversas ações e iniciativas que a Comissão Pontifícia para a Proteção de Menores vem realizando, incluindo a criação e implementação de diretrizes para a proteção de menores e adultos vulneráveis, a formação e capacitação de agentes da Igreja, a criação de centros de escuta para as vítimas, a promoção da transparência e da responsabilização na Igreja, o diálogo constante com as vítimas de abuso e a cooperação internacional para fortalecer a luta contra os abusos.
Além disso, Dom Luis falou sobre o marco universal para as diretrizes da Igreja na proteção de menores e adultos vulneráveis que está em processo de construção.