Na homilia de sua missa no Estádio Nacional de Singapura, Francisco afirmou que a vida conduz a humanidade a uma verdade: “sem amor, não somos nada”
Da redação, com Vatican News
O Papa Francisco presidiu a Missa desta quinta-feira, 12, em Singapura, última etapa de sua 45ª Viagem Apostólica Internacional. A chegada ao país aconteceu depois de ter visitado a Indonésia, Papua Nova Guiné e Timor-Leste. Trata-se da mais longa viagem apostólica de Francisco, iniciada no dia dois de setembro e que terá a sua conclusão na sexta-feira, 13.
Na homilia da celebração no Estádio Nacional, o Pontífice destacou que a vida conduz a uma verdade: “sem amor, não somos nada”. Inicialmente ele enalteceu a beleza da Cidade-Estado com suas grandes e arrojadas arquiteturas que contribuem para a tornar tão famosa e fascinante. O Pontífice também assinalou que, na origem destas imponentes construções está, em primeiro lugar, o amor: a “caridade que edifica”.
O amor prevaleceu sobre o ódio
“Queridos irmãos e irmãs, se existe e permanece algo de bom neste mundo, é simplesmente porque, em infinitas e variadas circunstâncias, o amor prevaleceu sobre o ódio, a solidariedade sobre a indiferença, a generosidade sobre o egoísmo. Sem isso, ninguém teria sido capaz de fazer crescer aqui uma metrópole tão grande: os arquitetos não teriam projetado, os operários não teriam trabalhado e nada teria sido conseguido”, indicou.
Portanto, o Papa frisou que tudo o que é visto em Singapura é um sinal. Por detrás de cada uma das obras, ele sublinhou que há muitas histórias de amor: homens e mulheres unidos entre si numa comunidade, cidadãos dedicados ao seu país, mães e pais devotados às suas famílias, profissionais e trabalhadores de todos os tipos e graus, empenhados de forma honesta nas suas diferentes funções e tarefas.
O Pontífice enfatizou que é bom aprender a ler estas histórias, escritas nas fachadas das casas e nos traçados das estradas. Na sequência pediu que estas história sejam transmitidas para recordar que “nada de duradouro nasce e cresce sem amor”.
A fé confirma o amor
Francisco prosseguiu destacando que a fé confirma e ilumina a humanidade sobre esta certeza, porque diz que, na raiz da capacidade de amar e de ser amado, está o próprio Deus. Com coração de Pai, Ele desejou e trouxe todos à existência de uma maneira totalmente gratuita e que, de forma igualmente gratuita, redimiu e libertou todos do pecado e da morte, com a paixão e a ressurreição do seu Filho Unigênito, indicou o Papa. “É n’Ele que tudo o que somos e podemos vir a ser tem a sua origem e o seu pleno cumprimento”.
Para além do deslumbramento diante das obras feitas pelo homem, o Santo Padre comentou que há uma maravilha ainda maior, a ser abraçada com muito mais admiração e respeito: os irmãos e irmãs. O Pontífice pediu que todos sejam vistos sem preferências nem distinções, como mostra a sociedade e a Igreja de Singapura, etnicamente tão diversas e, ao mesmo tempo, tão unidas e solidárias!
“O edifício mais bonito, o tesouro mais precioso, o investimento mais lucrativo aos olhos de Deus somos nós: filhos prediletos do mesmo Pai, chamados por sua vez a difundir o amor”, complementou.
Maria e São Francisco Xavier: dois exemplos
Antes de concluir, o Papa recordou duas pessoas. A primeira foi Maria. “A quantas pessoas o seu apoio e presença deram e dão esperança! Em quantos lábios o seu Nome apareceu e aparece nos momentos de alegria e de dor! Tudo isto porque n’Ela vemos o amor do Pai manifestar-se num dos modos mais belos e totais: o da ternura de uma mãe, que tudo compreende e perdoa sem jamais nos abandonar. Por isso nos dirigimos a Ela!”, exortou.
O segundo, um santo muito querido nesta terra, que encontrou hospitalidade por diversas vezes durante as suas viagens missionárias: São Francisco Xavier. Ele foi recebido várias vezes neste território, sendo a última no dia 21 de julho de 1552, poucos meses antes da sua morte. Francisco lembrou do missionário jesuíta as palavras: “Senhor, eis-me aqui; que quereis que eu faça?”
O Santo Padre pediu aos fiéis que façam das palavras do santo as deles, de modo que elas os acompanhem não só nestes dias, mas sempre, como compromisso constante a escutar e a responder prontamente aos apelos de amor e de justiça que, ainda hoje, continuam a chegar da infinita caridade de Deus.